terça-feira, 28 de agosto de 2012

A trajetória da minha escolha profissional

Quando lembro da minha trajetória profissional, me impressiona o caminho que fui levada, primeiramente pela influência de minha mãe e depois por meus desejos pessoais.
Começa bem assim: no colegial os alunos podiam escolher uma área para aprofundarem seus conhecimentos: humanas, exatas, biológicas e magistério. Eu nem sonhava com o Magistério. Minha mãe era professora, minha irmã tinha feito magistério e eu bem queria ser diferente disso, mas acabei convencida pela minha mãe e fiz o magistério. Ela enxergava nisso uma boa opção de carreira para uma mulher ( não posso discordar completamente, era um reflexo do pensamento da época mesmo). Lembro de ter feito um teste vocacional que apontava traços da personalidade e no meu deu que poderia ter uma profissão em que pudesse argumentar, já que essa característica estava presente de modo bem forte (até hoje!).
Entre outras possibilidades, além de direito, considerava medicina, já que gostava muito de estudar e queria provar que podia fazer tudo que eu desejasse, até passar no vestibular de medicina! Era 1988. Percebi que precisaria fazer pelo menos 2 anos de cursinho por causa do foco do magistério. Bom, a faculdade são 6 anos, 2 de residência, 2 de especialização, quase 10. Se meus planos dessem certo, estaria atuando como médica no ano 2000. Só que rolava nessa época, a profecia de Nostradamos... que o mundo iria acabar no ano 2000, o bug do milênio! Pensei melhor e decidi outra coisa, não valia a pena tanto sacrifício para tudo terminar em 10 anos. Bom o mundo não acabou e eu acabei optando por psicologia: queria entender o mundo, a família e acho que queria entender eu mesma. Foi só um semestre e percebi que não teria a menor aptidão na tarefa de ouvir pessoas, eu gosto mesmo é de falar! Nesse momento, minha mãe me sugeriu um tempo fora do Brasil, aprimorando o inglês com uma amiga que estava passando um temporada em Londres.Concordei. Acho que não estava madura para tomar um rumo ainda. Depois de 7 meses, voltei e comecei a imaginar o que gostaria de fazer, que lugar gostaria de trabalhar.  No meu imaginário, chique,  eram as mulheres que trabalhavam de terninho e roupa super social nas empresas, decidi que era isso que eu queria. Trabalhar numa empresa. Portanto nada mais natural que cursar Administração, pensei. Comecei o curso no período noturno, já trabalhava como assistente numa biblioteca e buscava outras oportunidades, nas empresas. Na faculdade conheci pessoas muito interessantes e através desses contatos, acreditei que meu sonho de trabalhar em empresas , poderia se tornar real agora. Foi bem assim que conheci um rapaz, bem simpático que trabalhava numa empresa bem interessante, e pensei: Vou investir nesse mesmo! bom , meu plano quase deu certo, porque o investimento foi tão bom, que casei com ele! Mas o emprego ficou para depois...fui dar aulas de inglês para conciliar o horário de casa, de mãe ( agora tinha uma filha) e estudante. Depois do meu segundo filho, notei que a opção de ser professora no colégio, seria muito bem vinda.
Gostei muito de experiência, atuei como professora de ensino fundamental por 5 anos, fiz o curso de Pedagogia e depois o mestrado em Educação.
 Não imaginava o caminho completo e foram as experiências pessoais que mais influenciaram minha decisão. O fato de querer passar tempo com meus filhos, me levou ao magistério, o fato de dar continuidade a minha carreira profissional, me levou ao mestrado, e hoje posso olhar e ver como essa trajetória me trouxe satisfação e realização.

É isso que temos que pensar: realização e aprendizagem. Boas escolhas dependem dessa curiosidade: querer saber mais e melhor.

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